Outro dia, pensando sobre a vida, notei que a realidade que as pessoas vivem, são limítrofes.
Pensamos estar certos sobre o como a vida é vivida, no aspecto psicológico. Porém, muitas
vezes não estamos preparados para a verdadeira realidade e usamos de subterfúgios
inconscientes para seguir. A Vida é vivida a cada momento. E são nesses momentos que
podemos ter escolhas. Escolhas de como será e do como agir. Nesses momentos muitas vezes
agimos sem pensar. Vamos no impulso, e depois passamos a querer o que nem deveríamos ter
tido como experiência de vida. É claro que a Vida é risco e o risco pode nos levar ao sucesso,
ao êxito momentâneo ou não daquilo que queremos, buscamos. O fato é que as vezes nossas
escolhas, apesar de serem nossas, envolvem outras pessoas, situações, que são importantes
para nós, e quando acordamos para a realidade, já é tarde. Bom, tudo isso segue e nos mostra
em facetas, o quanto a vida é uma ilusão, rodeada de momentos atípicos a nossa realidade, e
que demonstram que sequer sabemos quem realmente somos, pois nos ilude, colocando-nos
em uma posição de vulnerabilidade, devido à máscara social, criada como sustentação para
obtenção de equilíbrio e Paz, pela lei da boa convivência, necessária a todo relacionamento
que nos envolvemos. Difícil fugir dessa condição, criar uma estrutura psicológica firme em
propósitos honestos conosco e que têm como base a Verdade. Quem está pronto à Verdade?
À todas as VERDADES? Criamos condições sociais, que nos direcionam na direção contrária do
desapego que desejamos. Não podemos. Temos que seguir padrões de comportamento, aos
quais objetivamos para nossas vidas, por necessidades inerentes ao convívio social. Daí o
tempo é o grande vilão, pois atua no nosso cotidiano, nos cobrando dos porquês, tanto quanto
a realização dos sonhos, até como nas simples realizações cotidianas. Um dia essa mentira que
criamos cessa e geralmente isso ocorre na nossa mais tenra idade. Criamos laços, que o tempo
emaranhou e muitas vezes, os nós criados nos impossibilitam de sermos felizes. Temos que
rompê-los para sermos felizes e nem sempre conseguimos, por sermos dependentes ou fracos.
Aliás, o que realmente é a Felicidade? Penso que para ser Feliz é necessário ser livre de
conceitos criados, para navegar com autonomia no mar dos desapegos. Nesse trajeto, podem
ocorrer tempestades, grandes ondas, mas se não houverem amarras, seguimos livres, até
mesmo quando o pior dos momentos ocorrer. Assim, acredito que é possível entender a Vida,
tal como ela se manifesta. Sermos livres de tudo, de todos e de nós. Apenas cumprir com
nosso papel de SER HUMANO. Não falo disso como quem faz apologia ao altruísmo, ao
benefício social, ou o que quer que nos remeta a prática do bem ao próximo, mesmo sabendo
que essa atitude nos atinja indiretamente. Falo do bem que faz a si mesmo se desprender até
mesmo daquilo que nos aprisiona, seja o que for. Com isso, tudo fluirá naturalmente e nosso
compromisso como ser encarnado será realizado de forma natural, com a sensação de dever
cumprido, assim como quando tomamos um copo d’agua quando temos sede. Essa é minha
visão apenas, que tento realizar a cada instante de vida, em minha vida, porém, digo que não é
fácil e sei que ainda estou muito longe de obter êxito nessa empreitada. Muitas serão as
encarnações. Que os Mestres me permitam!