O enfadonho chega sem nos pedir permissão.
Sem saber o que ou quem é,
Sequer de onde vem.
O que quer?
Apenas sei o que causa.
E sinto. E na angústia de sentir,
Libero-me das amarras da paz,
A alegria se enconde por detrás da carapuça do amor,
Ou da liberação da serotonina.
Hipócrita!
Me engana na liberdade de não ser o que se é.
Ao invés de tomar a frente, se fazer presente,
Apenas observa.
Desisti de ser alegre, mas não, ainda, de ser feliz.
Apenas ainda, pois não sei ao certo o que é a felicidade.
Em um mundo tão transitório,
A vida se torna o eloquente do nosso destino.
Nego-me a seguir-te, Vida, tal como se mostra.
Quero desfrutar-me das suas belezas
Ou apenas das miseras lembranças que me permitir.
Não me convença a desistir.
Fujo!
No caminho espero te encontrar de novo,
Pois não consigo viver sem ti.
Ah, quanta loucura!
Quantos são os sentimentos,
Emoções...
Racionalizo na esperança de entender seus desígnios.
Pela vontade propulsiono esperanças,
Pois desejos não mais me acometem.
Sem ideais, sem mentiras necessárias, objetivos sim,
Caucados nas desilusões rotineiras.
Nada mais há.
Tudo e todo definham.
Cai aos olhos o nada,
O vazio do enfado.
E eu aqui, cansado de tudo,
Torno-me cativo,
Sem ser ou estar cativado.
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